Por que a crise de energia em Cuba não é uma questão recente: entendendo o apagão

A crise de energia em Cuba não é um problema surgido recentemente. Entender o apagão atual requer compreender a história do país, suas políticas energéticas e as mudanças nas relações comerciais com a Rússia, que é seu principal parceiro econômico. A seguir, são apresentados os principais fatores que contribuíram para a crise de energia em Cuba:

Políticas Energéticas na História de Cuba

Desde a Revolução Cubana, em 1959, o país passou por diversas etapas no seu setor energético. No início da década de 1960, as políticas de nacionalização e expropriação de bens estrangeiros resultaram em embargos e sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos. Isso levou Cuba a firmar acordos comerciais com a União Soviética, que se tornou a principal fornecedora de combustível para o país.

Na década de 1990, com o colapso da União Soviética, Cuba enfrentou uma grave crise econômica e perdeu suas fontes de suprimento de combustível, causando um apagão que durou quase dois anos. Para lidar com a situação, o governo cubano implementou medidas de racionalização de energia, como o racionamento de eletricidade.

Mudanças na Relação com a Rússia

A partir de 2008, com a eleição de Barack Obama como presidente dos Estados Unidos, Cuba iniciou um processo de aproximação com o país vizinho. Com isso, o embargo econômico foi amenizado, e o governo cubano começou a negociar acordos com empresas americanas de energia. No entanto, essa abertura para o mercado americano não foi suficiente para suprir a demanda energética do país.

Além disso, em 2014, a Rússia iniciou um processo de liberalização do mercado de petróleo e gás, o que reduziu o interesse em exportar combustível para Cuba. Com isso, o país caribenho perdeu sua principal fonte de suprimento de energia e teve que recorrer a outros países, como Venezuela, Argélia e Irã, para suprir suas necessidades energéticas.

Consequências da Crise de Energia

O apagão atual em Cuba é resultado de uma série de fatores, como a queda dos preços do petróleo, a dependência de países aliados com crise econômica e políticas energéticas restritivas. O governo cubano tenta contornar a situação com medidas de economia de energia, mas isso afeta diretamente a população, que sofre com a escassez de eletricidade.

Ao entender o contexto histórico e as mudanças nas políticas energéticas de Cuba, fica mais claro que a crise de energia não é uma questão recente, e sim um resultado de decisões tomadas no passado e afetadas por fatores externos.

Data de publicação: 09/09/2019

Fonte: G1 [https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/09/09/por-que-a-crise-de-energia-em-cuba-nao-e-uma-questao-recente-entendendo-o-apagao.ghtml]

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