Multas ambientais em Fernando de Noronha atingem valores recordes devido ao ‘Turismo das Redes Sociais’ e estadia em pousadas de famosos
A ilha de Fernando de Noronha, conhecida por suas belezas naturais e turismo de luxo, tem enfrentado um aumento significativo no número de multas ambientais. De acordo com os órgãos responsáveis, o fenômeno está diretamente ligado ao chamado ‘Turismo das Redes Sociais’ e também à hospedagem em pousadas frequentadas por celebridades.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) já aplicou cerca de 130 multas somente em 2021, com valores que chegam a ultrapassar os R$ 41 milhões. Em comparação ao ano anterior, o número de infrações aumentou em mais de 30% e o montante de multas foi quatro vezes maior.
De acordo com o chefe do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, José Maria Duarte, a maioria das multas é decorrente de infrações de visitantes em áreas restritas da ilha. “Temos muitos turistas que são atraídos pelas redes sociais e acabam ultrapassando as barreiras de proteção, causando danos ao patrimônio natural”, explica.
Além disso, o ‘Turismo das Redes Sociais’ também tem impactado negativamente em termos de preservação ambiental, devido ao grande fluxo de pessoas em locais restritos e sensíveis. As imagens compartilhadas nas redes sociais acabam incentivando outros turistas a visitarem esses locais, causando mais danos.
Outro fator que tem contribuído para a alta no número de multas é a hospedagem em pousadas de famosos, que muitas vezes não respeitam as normas de preservação ambiental. Segundo autoridades, esses estabelecimentos, frequentados por influenciadores digitais e celebridades, muitas vezes realizam atividades com impacto ambiental sem a devida autorização.
Com o objetivo de conscientizar os turistas e evitar ações prejudiciais ao meio ambiente, o ICMBio tem intensificado as fiscalizações na ilha e adotado medidas de sensibilização e educação ambiental. Além disso, alguns locais, como a famosa Baía do Sancho, passaram a limitar o número de visitantes por dia e restringir atividades que prejudicam a fauna e flora local.
Fonte: G1