Líbano pede ajuda aos Estados Unidos e reconhece incapacidade para resolver sozinho o confronto entre Israel e Hezbollah
O governo libanês solicitou a intervenção dos Estados Unidos para ajudar a resolver o conflito que tem se intensificado entre Israel e o grupo extremista Hezbollah. Em entrevista coletiva, o ministro das Relações Exteriores do Líbano, Gebran Bassil, afirmou que o país não tem condições de lidar com a situação por conta própria e precisa do apoio internacional para garantir a segurança da região.
O último confronto entre Israel e Hezbollah ocorreu na última semana, quando o grupo lançou dezenas de foguetes contra as forças israelenses na fronteira. Israel respondeu com ataques aéreos contra alvos militares do Hezbollah no sul do Líbano.
O ministro Bassil também acrescentou que a situação é preocupante e pode se tornar ainda mais grave caso os Estados Unidos não se envolvam na busca por uma solução pacífica. Ele ressaltou que a presença norte-americana é essencial para evitar uma escalada do conflito e garantir a estabilidade no Líbano e na região.
As tensões entre Israel e Hezbollah têm aumentado desde o início da guerra civil síria, há sete anos. O Hezbollah, que é apoiado pelo Irã, tem lutado ao lado do regime do presidente sírio Bashar al-Assad. Já Israel tem realizado ataques contra alvos iranianos e do Hezbollah na Síria, alegando se proteger da presença militar iraniana na região.
A situação se torna ainda mais delicada com as eleições parlamentares no Líbano, que estão previstas para abril. O grupo Hezbollah participará pela primeira vez do pleito, o que pode trazer ainda mais instabilidade para a região. O país ainda se recupera de uma crise política e econômica, com a renúncia do primeiro-ministro Saad Hariri em novembro do ano passado, que posteriormente voltou atrás de sua decisão.
Caso os Estados Unidos aceitem a solicitação de intervenção do Líbano, será necessário analisar os possíveis impactos na região. Desde a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, tem sido visível a mudança na política externa norte-americana, com o aumento das tensões no Oriente Médio e a decisão de reconhecer Jerusalém como capital de Israel, o que gerou protestos e conflitos na região.
Fonte:
Notícia originalmente publicada no G1 – Governo do Líbano pede ajuda aos EUA para resolver conflito com Israel e Hezbollah. Acesso em 17 de março de 2018.