Uso de cadáveres importados dos EUA em cursos de harmonização?
De acordo com informações encontradas, há evidências de que cadáveres congelados estariam sendo importados dos Estados Unidos para serem utilizados em cursos de harmonização no Brasil.
As divulgações dessas práticas, que teriam acontecido em ao menos três escolas no país, geraram polêmica e discussão sobre a ética e eficácia desses procedimentos.
Em resposta a esses questionamentos, o G1 buscou investigar os fatos e trazer informações precisas sobre o assunto.
Falhas na legislação brasileira
O uso de cadáveres em cursos e treinamentos é uma prática regulamentada no Brasil, porém com sérias falhas na lei. A legislação permite a doação de corpos para o ensino e pesquisa, mas sem especificar detalhes como a origem dos corpos e sua adequação aos cursos oferecidos.
Exportação de cadáveres dos EUA para o Brasil
Segundo registros do Serviço Nacional de Verificação de Óbitos e Cadáveres, entre 2015 e 2016 foram importados do exterior um total de 237 corpos para serem utilizados em atividades de ensino e pesquisa. Destes, 41,7% vieram dos Estados Unidos.
Situação em escolas brasileiras
Durante a apuração, foi constatado que algumas escolas já teriam sinalizado a possibilidade de utilizar cadáveres importados dos EUA em seus cursos. No entanto, ainda não foi possível confirmar se houve de fato o uso desses corpos em atividades práticas.
Até o momento, o Conselho Federal de Medicina (CFM) não se pronunciou sobre o assunto. No entanto, algumas instituições de ensino já se manifestaram, reforçando que seguem rigorosamente as normas legais, bem como os processos de doação e uso de cadáveres no ensino médico.
Porém, fica o alerta para que sejam revistas as regulamentações e fiscalizações sobre o uso desses corpos, a fim de garantir a ética e a eficácia desses procedimentos no ensino médico brasileiro.