Decisão do divórcio de menina afegã após anos de luta é anulada pelo Talibã
Após anos de batalha judicial, uma jovem afegã conseguiu, pela primeira vez, o divórcio no país, aos 17 anos. No entanto, a decisão foi anulada pelo governo talibã, que retomou o poder no Afeganistão.
Sara (nome fictício) precisou fugir com a mãe de casa para lutar pelo seu divórcio, que foi concedido em um tribunal de família do governo afegão apoiado pelos Estados Unidos e pela ONU. O caso repercutiu em todo o mundo, já que o Talibã não permitia o divórcio e nem que mulheres a decidissem sobre suas vidas.
A jovem alegou que era abusada pelo marido, que havia sido forçada a se casar aos 15 anos. Ela se recusava a viver com alguém que a violentava. Ao ganhar a custodia da mãe, Sara e ela fugiram de casa, sem saber onde ficariam, “meu pai nos expulsou e meu irmão era igual a ele”, relata.
Ainda segundo a jovem, “definitivamente fizemos bem em fugir, se ficássemos, eu não seria mais uma pessoa.” Ela pretende continuar a lutar pelo seu futuro, mas a situação no país pós-talibã é ainda mais incerta.
Com a volta do grupo extremista, muitos afegãos estão tentando fugir do país de qualquer forma, temendo a retomada da opressão contra mulheres e minorias políticas e religiosas, as quais terão seus direitos violados pelo Talibã. Além disso, o casamento infantil é comum no Afeganistão, principalmente na zona rural, e pode levar meninas a serem forçadas a casar, sem qualquer perspectiva de divórcio, mesmo que sejam abusadas.
Fonte: G1